Resíduo líquido de sisal (Agave sisalana Perrine) no controle do nematóide das galhas no tomateiro

Josilda Cavalcante Amorim Damasceno, Ana Cristina Fermino Soares, Fábio Nascimento de Jesus, Rosane Silva Sant’ana

Resumo


Este trabalho objetivou avaliar o efeito do resíduo líquido fresco de sisal, no controle de Meloidogyne javanica em mudas de tomateiro. Foram conduzidos bioensaios in vitro com 100 µl de suspensão aquosa contendo 300 juvenis (J2) de M. javanica e 1000 µl de resíduo líquido. Os tratamentos consistiram do resíduo liquido fresco e fermentado, na concentração de 2,5%, 5,0%, 7,5%, 10,0%, 12,5%, 15,0%, 17,5% e 20,0%, o controle sem resíduo e o nematicida Carbofuran a 50 mg i.a.L-1 e a imersão dos J2 nestes tratamentos por 24 e 48 horas. Em casa de vegetação instalou-se um experimento com inoculação de 4000 juvenis de M. javanica em mudas de tomateiro e, após uma semana fez-se a aplicação de 100 mL do resíduo líquido de sisal nas concentrações de 4,0%, 8,0%, 12,0%, 16,0% e 20,0%, além da água destilada no tratamento controle e do nematicida Carbofuran, na dosagem de 0,52 g por vaso, como controle positivo. O delineamento experimental foi em esquema fatorial, em blocos ao acaso com 15 repetições. Analisou o crescimento vegetativo e nível de dano. Avaliou-se a seletividade do resíduo do sisal sobre micro-organismos benéficos do solo. Todas as concentrações do resíduo promoveram efeito nematicida nos testes in vitro após 48 horas de exposição dos nematoides ao resíduo, causando até 100,0% de mortalidade dos juvenis de M. javanica a 20%. Houve redução no número de galhas por planta (61,9% e 64,8%) e por grama de raiz (63,4% e 66,7%), para os resíduos líquidos fresco e fermentado, respectivamente. A redução na massa de ovos por grama de raiz variou entre 95,2% e 92,2% para os resíduos fresco e fermentado. Houve crescimento dos micro-organismos benéficos nos tratamentos com resíduo fresco de sisal, para todas as concentrações avaliadas. Recomenda-se o resíduo fresco de sisal nas doses entre 16,0 e 20,0%, em água, para o controle de M. javanica no tomateiro, sem impacto negativo para os micro-organismos benéficos do solo.




DOI: https://doi.org/10.1590/hb.v33i2.302

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